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As caçadas de perdiz: aventura e amizade.

A caça é antes de tudo um atavismo.
No caso dos sertões de São Paulo, com o passar dos anos, a caçada nos cerrados paulistas se transformaria em esporte, como nos moldes dos caçadores ingleses. Os veados Mateiro e Catingueiro eram os alvos e os motivos de muitos grupos de caçadores, assim como a pescaria. Sobre as caçadas de perdiz, o propósito era mais o júbilo e competição entre os caçadores, além da confraternização que as caçadas proporcionavam em ranchadas que duas ou mais semanas. A necessidade da perdiz como alimento era secundária, muito embora seja um prato bastante apreciado.


Armando Vicentini, filho de imigrantes italianos, foi um dos primeiros caçadores de Altinópolis a se aventurar pelos sertões de Mato Grosso e Goiás na primeira quadra do Século XX em caça à perdiz, ave do porte de uma galinha D’Angola distribuída pelos cerrados e caatingas de todo o Brasil. São lendárias as muitas histórias de bons cachorros perdigueiros que amarravam as perdizes camufladas nas moitas em aviso ao caçador. Ao sinal, o cachorro avançava e ave decolava em vôo retilíneo, facilitando o abate pelos exímios atiradores.

Armando Vecentini começou por levar os filhos Dirceu, Dicleu e Dairo a praticar o esporte. Após os anos 1940, eram famosas a turma dos caçadores que, a cada ano, faziam fama na pequena Altinópolis. Amigos e parentes agregavam-se na turma de caçadores, como os agricultores Nilton e Osmaldo Vicentini, Odamir, Edson, Edmar, os irmãos Crivelenti ( Dr. Alberto e o filho Albertinho, Élcio e Cláudio), Clarindo, Antonio e Paulino Viccari, Raul e Jair Osório de Oliveira, Totonho Raimundo de Assis, os irmãos Bendazzoli Paulo, Otávio e Américo, Arlindo Canassa, Cassiodoro Rechinho (o maior leiloeiro de Altinópolis), Hélio Barroso, Celso Barbosa, o japonês Arujiro Nagao, Wagner Ferrero, Edmilson e Nelson Lellis Marques, e muitos outros amigos.
No filme produzido pelo cinegrafista e fazendeiro Darcy Crivelenti Palma, em 1959, editado por José Márcio Castro Alves e narrado por um dos protagonistas, Dirceu Vicentini, um resgate emocionante de como eram as caçadas de perdiz, num tempo em que a palavra ecologia sequer existia. Vejam o vídeo.





2 comentários:

  1. Luís Américo Longo4 de março de 2012 às 17:35

    Bons tempos aqueles, pena que hoje...
    Parabéns pelo trabalho, é difícil de ver isso aqui no Brasil!!!

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  2. Boa noite Zé, e parabéns pelo fantástico e singular trabalho! Essa edição da caçada de perdiz ficou demais...Abraço,
    Gustavo (neto do Zé Thalles Meirelles).

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